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1.
Tempo psicanál ; 54(1): 31-62, jan.-jun. 2022. ilus
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1450525

RESUMO

Este trabalho discute a relação entre ciência moderna, literatura fantástica e psicanálise, tomando a primeira como pré-condição para a existência das duas últimas. Questionam-se quais elementos históricos e epistêmicos herdados da ciência se fazem presentes tanto na literatura fantástica como na psicanálise para, em seguida, situar a especificidade de cada uma delas. Adotam-se como categorias de análise as concepções lacanianas de sujeito e de discurso, estabelecendo uma conexão entre o procedimento científico e o discurso da histeria. Destacam-se as idiossincrasias da literatura fantástica, que é situada em relação a outros gêneros ou modalidades literárias, conforme a definição de Todorov, a saber: o estranho e o mágico. Para melhor mapear os limites desse território, buscam-se comparar a psicanálise e a literatura fantástica com a religião e a magia. Debate-se daí a tese de Todorov, que vaticina o desaparecimento do fantástico na segunda metade do século XX em decorrência da influência da psicanálise, que o teria tornado supérfluo. Diferentemente desse autor, defende-se que um dos principais obstáculos para o desenvolvimento da literatura fantástica na atualidade não é a concorrência da psicanálise, mas a presença de uma visão de mundo cientificista atrelada ao discurso capitalista. Nesse sentido, propõe-se que tanto a psicanálise como a literatura fantástica constituem formas de propiciar a expressão do sujeito, que se encontra elidida no cientificismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica, conceitual, de caráter ensaístico, que se fundamenta na contribuição de psicanalistas e críticos literários, além de epistemólogos e historiadores da ciência, cujo intuito é interrogar o lugar, a pertinência e os desafios da psicanálise na atualidade, tomando como foco a sua relação com a ciência e a literatura fantástica.


This work discusses the relationship between modern science, fantastic literature, and psychoanalysis, taking the former as a precondition for the existence of the latter two. It is questioned which historical and epistemic elements inherited from science are present both in fantastic literature and in psychoanalysis, to then situate the specificity of each of these. The Lacanian conceptions of subject and discourse are adopted as a category of analysis, thus establishing a connection between the scientific procedure and the discourse of hysteria. The idiosyncrasies of fantastic literature, which is situated in relation to other genres or literary modalities, as defined by Todorov, namely, the strange and the magical, are highlighted. One discusses the Todorov's thesis that predicts the disappearance of the fantastic literature in the second half of the 20th century due to the influence of psychoanalysis, which would have made it superfluous. Unlike this author, it is argued that one of the main obstacles to the development of fantastic literature today is not the competition of psychoanalysis, but the influence of a scientificist worldview linked to the capitalist's discourse. In this sense, it is proposed that both psychoanalysis and fantastic literature are ways of providing the expression of the subject, which is elidited in scientificism. It is, therefore, a qualitative, bibliographical, conceptual, essayistic research, which is based on the contribution of psychoanalysts and literary critics, in addition to epistemologists and historians of science in order to question the place, the relevance and the challenges of psychoanalysis today, focusing on its relationship with science and fantastic literature.


Este trabajo discute la relación entre la ciencia moderna, la Literatura Fantástica y el Psicoanálisis, tomando la primera como una condición previa para la existencia de las últimas. Se cuestiona qué elementos históricos y epistémicos heredados de la ciencia están presentes en la Literatura Fantástica y en el psicoanálisis, para luego ubicar la especificidad de cada uno de ellos. Se adoptan las concepciones lacanianas de sujeto y discurso como categorías de análisis, estableciendo una conexión entre el procedimiento científico y el discurso de la histeria. Luego, se destacan las idiosincrasias de la literatura fantástica, colocándola en relación con otros géneros o modalidades literarias, como lo define Todorov, a saber: lo extraño y lo mágico. Para mapear mejor los límites de este territorio, se busca situar el psicoanálisis y la Literatura Fantástica en relación con la religión y la magia. Luego se comenta la tesis de Todorov que predice la desaparición de lo fantástico en la segunda mitad del siglo XX debido a la influencia del psicoanálisis, que lo habría hecho superfluo. A diferencia de este autor, se argumenta que uno de los principales obstáculos para el desarrollo de Literatura Fantástica hoy en día no es la presencia concomitante del psicoanálisis, sino la influencia de una cosmovisión cientificista vinculada al discurso del capitalista. En este sentido, se propone que tanto el psicoanálisis como la literatura fantástica sean formas de proporcionar la expresión del sujeto, que se elude en el cientificismo. Esta es, por lo tanto, una investigación cualitativa, bibliográfica, conceptual, de estilo ensayo, que se basa en la contribución de psicoanalistas y críticos literarios, además de epistemólogos e historiadores de la Ciencia, para cuestionar cuál es el lugar, la relevancia y los desafíos del psicoanálisis em la actualidad, centrándose en su relación con la ciencia y la literatura fantástica.

2.
Rev. polis psique ; 8(2): 67-92, maio-ago. 2018. ilus
Artigo em Português | Index Psicologia - Periódicos, LILACS | ID: biblio-1058797

RESUMO

A proposta deste trabalho é trazer uma contribuição partindo da noção psicanalítica de histeria que percorre o avanço teórico em Freud e em Lacan, para dizer de organizações coletivas. Para isso, pretendemos dedicar-nos às elaborações de Freud (1921) sobre 'identificação por meio do sintoma' -- que dão margem a uma suposta 'histeria coletiva' -- e a posterior teoria dos discursos de Jacques Lacan (1969-1970) sobre o enquadramento dos laços sociais, nos atentando em sua provocação aos 'revolucionários' de maio de 1968, indicando-os como alocados ao que denominou de 'discurso da histérica'. Com isso, pretendemos defender, a partir da noção de histeria em psicanálise, a existência de ao menos dois desdobramentos diferentes que se originam do mesmo tipo clínico: 'histeria coletiva' e 'discurso da histeria'. Assim, tentamos contribuir para melhor compreensão das possibilidades e limitações das manifestações coletivas e grupamentos sociais, especialmente alguns que permearam a cena política brasileira nos últimos tempos. (AU)


The proposal of this paper is to bring a contribution starting from the psychoanalytic idea of hysteria that goes of theoretical advance by Freud and by Lacan to think about collective organisations. For this purpose, we intend to dedicate our studies especially to elaborations by Freud (1921) about 'identification to a symptom' - that permit it a suppose 'collective hysteria' - and the succeeding theory of the discourses by Lacan (1969-1970) about the social ties' framework, observing his provocation to the 'revolucionaries' of 1968 May, pointing them as being allocated to the 'Discourse of the Hysteric'. Therefore, we intend to defend from the idea of hysteria in psychoanalyses, the existence at least two different ramifications originating from the same clinical type. Thus, we will try to contribute to a better comprehension of the possibilities and limitations of the social events and social groups, especially those that permeated the Brazilian political scene in recent times. (AU)


La propuesta de este trabajo es aportar una contribución a respeto de las organizaciones colectivas partiendo de la formulación psicoanalítica de histeria, haciendo un recorrido por los avances teóricos encontrados en la obras de Freud y de Lacan. Nos dedicaremos a las elaboraciones de Freud acerca de la 'identificación a través del síntoma' - que abre una grieta para pensar en una supuesta 'histeria colectiva'- y la posterior teoría de los discursos de Lacan acerca del encuadre de los lazos sociales, llamando nuestra atención a su provocación a los 'revolucionarios' de mayo de 1968, indicándonos de que se trataba de hallarse emplazado en lo que él ha denominado el 'Discurso de la Histérica'. De esta manera, nuestra intención es defender, partiendo de la noción de histeria en psicoanálisis, la existencia de al menos dos desenlaces distintos que tienen origen en la misma tipología clínica. Así pensamos contribuir para avanzar en una mejor comprensión de las posibilidades y limitaciones de las manifestaciones, en especial algunos de los cuales formaron parte de la escenario político brasileño reciente. (AU)


Assuntos
Política , Teoria Psicanalítica , Meio Social , Histeria/psicologia , Comportamento de Massa , Sociedades , Brasil
3.
aSEPHallus ; 8(15): 101-116, nov. 2012-out. 2013.
Artigo em Português | Index Psicologia - Periódicos | ID: psi-60375

RESUMO

Para compreender o modus operandi do discurso da histeria, o artigo propõe-se a derivar sua montagem a partir das características e do funcionamento da estrutura clínica histérica. Para eludir o gozo, a histeria cultiva a insatisfação: a falta, na posição da verdade, não pode ser suprida pelo Outro, na posição da produção. E, ao mesmo tempo que evidencia a limitação do Outro, a histérica oferece-se para tamponá-la: o sujeito, na posição do agente, coloca-se como objeto do desejo do Outro, na posição do outro do discurso. Contudo, como laço social, o discurso da histeria não envolve necessariamente sujeitos histéricos do ponto de vista clínico. O que distingue estes últimos é o fato de aferrarem-se ao questionamento das disjunções de impotência, na linha de baixo, e de impossibilidade, na linha de cima, e, desse modo, fixarem-se na dinâmica interna do discurso(AU)


To understand the modus operandi of the discourse of hysteria, the paper proposes to derive its assembly from the characteristics and operation of the hysterical clinical structure. To circumvent the enjoyment, hysteria cultivates dissatisfaction: the lack, in the position of truth, cannot be met by the Other, in the position of production. And, at the same time that she highlights the limitation of the Other, the hysteric offers herself to overcome it: the subject, in the position of agent, places herself as object of desire of the Other, in the position of other of the discourse. As a social link, however, the discourse of hysteria does not necessarily involve hysterical subjects from the clinical viewpoint. What distinguishes the latter is the fact that they cling to the questioning of the disjunctions of impotence, below, and of impossibility, above, and thus become fixed on the internal dynamics of the discourse(AU)


Pour comprendre le modus operandi du discours de l’hystérie, l’article se propose de dériver son montage à partir des caractéristiques et du fonctionnement de la structure clinique hystérique. Pour circonvenir la jouissance, l’hystérie cultive l’insatisfaction: le manque, dans la position de la vérité, ne peut pas être tamponné par l’Autre, dans la position de la production. Et, en même temps qu’elle souligne la limitation de l’Autre, l’hystérique s’offre à la combler: le sujet, dans la position de l’agent, se présente comme l’objet du désir de l’Autre, dans la position de l’autre du discours. Cependant, en tant que lien social, le discours de l’hystérie n’implique pas nécessairement des sujets hystériques sous le point de vue clinique. Ce qui distingue ces derniers est le fait qu’ils s’accrochent à la remise en cause des disjonctions d’impuissance, sur la ligne inférieure, et d’impossibilité, sur la ligne supérieure, et ainsi se fixent à la dynamique interne du discours(AU)


Assuntos
Psicanálise , Histeria
4.
aSEPHallus ; 8(15): 101-116, out. 2013. ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-724430

RESUMO

Para compreender o modus operandi do discurso da histeria, o artigo propõe-se a derivar sua montagem a partir das características e do funcionamento da estrutura clínica histérica. Para eludir o gozo, a histeria cultiva a insatisfação: a falta, na posição da verdade, não pode ser suprida pelo Outro, na posição da produção. E, ao mesmo tempo que evidencia a limitação do Outro, a histérica oferece-se para tamponá-la: o sujeito, na posição do agente, coloca-se como objeto do desejo do Outro, na posição do outro do discurso. Contudo, como laço social, o discurso da histeria não envolve necessariamente sujeitos histéricos do ponto de vista clínico. O que distingue estes últimos é o fato de aferrarem-se ao questionamento das disjunções de impotência, na linha de baixo, e de impossibilidade, na linha de cima, e, desse modo, fixarem-se na dinâmica interna do discurso


To understand the modus operandi of the discourse of hysteria, the paper proposes to derive its assembly from the characteristics and operation of the hysterical clinical structure. To circumvent the enjoyment, hysteria cultivates dissatisfaction: the lack, in the position of truth, cannot be met by the Other, in the position of production. And, at the same time that she highlights the limitation of the Other, the hysteric offers herself to overcome it: the subject, in the position of agent, places herself as object of desire of the Other, in the position of other of the discourse. As a social link, however, the discourse of hysteria does not necessarily involve hysterical subjects from the clinical viewpoint. What distinguishes the latter is the fact that they cling to the questioning of the disjunctions of impotence, below, and of impossibility, above, and thus become fixed on the internal dynamics of the discourse


Pour comprendre le modus operandi du discours de l’hystérie, l’article se propose de dériver son montage à partir des caractéristiques et du fonctionnement de la structure clinique hystérique. Pour circonvenir la jouissance, l’hystérie cultive l’insatisfaction: le manque, dans la position de la vérité, ne peut pas être tamponné par l’Autre, dans la position de la production. Et, en même temps qu’elle souligne la limitation de l’Autre, l’hystérique s’offre à la combler: le sujet, dans la position de l’agent, se présente comme l’objet du désir de l’Autre, dans la position de l’autre du discours. Cependant, en tant que lien social, le discours de l’hystérie n’implique pas nécessairement des sujets hystériques sous le point de vue clinique. Ce qui distingue ces derniers est le fait qu’ils s’accrochent à la remise en cause des disjonctions d’impuissance, sur la ligne inférieure, et d’impossibilité, sur la ligne supérieure, et ainsi se fixent à la dynamique interne du discours


Assuntos
Histeria , Psicanálise
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